Eu quero expor, sair desta casca inútil e expor.
Mostrar o que tem dentro, bem lá no fundo e me jogar neste caos
Sentir, tocar ou arrancar. Expor de toda a maneira o que penso, o que faço.
Subir em uma cadeira e cantar.
Quero gritar, fazer um agouro.
Que tal chorar?
sorrir todos sorriem, chorar? quem os vê chorando?
Expor-me ao mar, ao sol, às pernas cabeludas ou lisas.
Sair deste cubículo que é nossa vida. O corpo nos amarra, prendendo-nos de viver o que tanto queremos.
Liberdade? Pra quê? Tudo nos prende, nos sufoca. Uma falsa liberdade no cerca.
Continuo querendo expor, mostrar, desmascarar, escrachar, rasgar, transpor.
Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à ideia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranquilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...