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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Desvestida

Eu quero expor, sair desta casca inútil e expor.
Mostrar o que tem dentro, bem lá no fundo e me jogar neste caos
Sentir, tocar ou arrancar. Expor de toda a maneira o que penso, o que faço.
Subir em uma cadeira e cantar.
Quero gritar, fazer um agouro.
Que tal chorar?
sorrir todos sorriem, chorar? quem os vê chorando?
Expor-me ao mar, ao sol, às pernas cabeludas ou lisas.
Sair deste cubículo que é nossa vida. O corpo nos amarra, prendendo-nos de viver o que tanto queremos.
Liberdade? Pra quê? Tudo nos prende, nos sufoca. Uma falsa liberdade no cerca.
Continuo querendo expor, mostrar, desmascarar, escrachar, rasgar, transpor.

Homenagem a um poeta dolorido


Mon Amour, Meu bem  ,Ma Femme 

domingo, 10 de novembro de 2013

Sem razão, sem titulo

Não quero conversa, quero um motivo pra ser feliz. O mundo tá tão podre... Pessoas que enganam, que iludem, que machucam. Eu quero é motivo pra ser feliz, quero um beijo na cicatriz. Quero curar essa ferida aberta, esse ciclo de socos e porradas que deram no meu coração. Vem um e depois outro e outro e cadê a felicidade? Vou atrás, pulo o muro, caio no mar, roubo um banco, beijo sapos, seja o que for. Quero é ser feliz... É tão triste assim achar maneiras pra ser feliz? É tão ruim assim? Não sei se estou feliz, há algo dentro do peito que arde, que chama, que pula feito criança. A dor deve ter passado, o fogo que queimava minha carne por dentro do meu corpo... Se apagou. E o que será feito agora? Vem outra onda de felicidade e depois? Ela volta pro mar de onde veio... A onda não fica, ela volta pro mar e a gente se acaba em felicidade enquanto a mare tá cheia, mas depois que ela seca, ficamos vazios. E a pancadaria rola, você se acaba na seca dessa felicidade, se acaba tentando achar outra maneira sem ser dessa onda. Se fode, procura mais e se fode mais e vai indo... Até a mare encher de novo e te levar, dissolvendo qualquer agonia que sentiu. As dores da seca se vão e a unica coisa que resta é a sorte de ser feliz. Depois a onda vai embora novamente, o que resta é um corpo esquelético, feito de ossos e couro, que de tanta alegria se entregou a onda e pulou pra vida eterna de ser feliz. 

sábado, 26 de outubro de 2013

Vinicius de Morais

A AUSENTE

Rio de Janeiro , 1954

Amiga, infinitamente amiga
Em algum lugar teu coração bate por mim
Em algum lugar teus olhos se fecham à ideia dos meus.
Em algum lugar tuas mãos se crispam, teus seios
Se enchem de leite, tu desfaleces e caminhas
Como que cega ao meu encontro...
Amiga, última doçura
A tranquilidade suavizou a minha pele
E os meus cabelos. Só meu ventre
Te espera, cheio de raízes e de sombras.
Vem, amiga
Minha nudez é absoluta
Meus olhos são espelhos para o teu desejo
E meu peito é tábua de suplícios
Vem. Meus músculos estão doces para os teus dentes
E áspera é minha barba. Vem mergulhar em mim
Como no mar, vem nadar em mim como no mar
Vem te afogar em mim, amiga minha
Em mim como no mar...

Atenta-te

Amo porque amo, teus olhos baixos de insonia me olhavam como se fosse uma desconhecida. O clarão surgia em alguns poucos momentos e o teu sorriso de lado pouco dizia. A incerteza me dava palpitares tristes no meu coração. Sentia que aquilo não teria fim, a tristeza pernoitava em meu rosto por dias. E o porquê disso tudo não se discutia em versões poéticas de Drummond. Tuas mãos tremiam sabe se lá por que e eu teria de olhar pros teus olhos para adivinhar tuas dores, teus anseios e sabe lá mais algo. A minha voz falhava, o sorriso ardia e minhas poucas sardas que enfeitavam meu rosto transpareciam a vermelhidão da vergonha. Queria que fosse o único, entre tantos que trouxeram lagrimas aos meus olhos grandes. Mas era somente outro, que passou pela minha vida, trouxe sorrisos e aquele esquentar do coração. Cantava canções ao telefone e pedia para toda noite eu me cuidar, e eu cuidava. Cuidava sim, cuidava para que não chorasse nas noites em claro, cuidava para que meu coração se mantivesse intacto, pra que aquela dor não viesse outra vez. E pro outro dia acordar, levantar e passar o tempo olhando para tua face sedenta de cansaço e que olhava para meus olhos grandes com cuidado, analisando o que sobrou de mim.

sábado, 12 de outubro de 2013

A pedidos, primavera dos Los Hermanos


Adeus você

Eram algumas tantas horas da noite, não conseguia dormir, ouvia a música que me recomendou há dias atrás, cada acorde me lembrava teus beijos, teu sorriso aparecia entre uma pausa e outra.  Fiquei  durante horas ensaiando o que dizer, a desculpa perfeita para justificar o que fiz e o que não fiz, mas, porquê justificar algo que é tão nítido, que sempre foi? Nunca fiz questão de ser um príncipe encantado, aliás sempre fui mais para uma fera, um quasímodo, alguém sem grandes atrativos, um ser egoísta, alguém que faz o que pode não para ser o centro das atenções, a estrela principal, mas, para ser alguém, uma fagulha em meio a tanta escuridão que me consome.
Durante os poucos momentos que estive ao seu lado, verdadeiramente, pude encontrar luz onde não esperava, encontrar algo além do que via. Encontrei sabor em teus lábios, felicidade em tua pele, fortaleza em suas palavras, tudo que sempre me foi  deficiente.

                Naquelas horas em que os ponteiros pareciam não passar, a agonia tornava-se cada vez lancinante, saber que um dia o doce de seus lábios transformariam-se em féu por minha causa, por minha decrépita natureza, antes não percebida por ti. Sem joguinhos,nem meias verdades, nem o que quer que seja, estou de aqui como um palhaço saído do picadeiro, de cara limpa, peito aberto, palavras, dizendo que estais certa, estou descendo de meu pedestal como você mesma disse, realmente somos muito diferentes, mas, em toda essa diferença temos algo em comum, somos intransigentes, eu do meu jeito você do seu. Sua repulsa, seu dissabor por mim, nada mais é do que algo que sempre mostrei pra ti, sem máscara, nem farsa, uma criatura torpe e vil, escura como a noite, que conheceu um pouco de luz ao estar contigo, no abrigo do teu beijo, na morada do teu corpo, no templo do teu sorriso. 



Ass: Um amigo poeta/escritor 

Eu gosto é do aconchego

Rolo na cama e afundo na falta do teu corpo, aquela sensação de que está faltando algo na cama e de que você está deitado no lugar errado.
Pois é, o lençol tá frio sem teu corpo, e só de pensar dá dó de mim me ver nesta cama só. Olhei meu porta-retrato na cabeceira e sorri ao lembrar que tua foto tava lá, perto de mim e seu sorriso lindo, alegre, sorrindo para meus olhos abertos.
Bom tempo era aquele, no aconchego dos teus braços, dos teus lábios, dos teus castos fracos. Respirar tuas amarguras, sentir teus flancos e fazer teu sorriso clarear.
Agarrei-me a um pedaço de cheiro que havia em meu travesseiro, adentrei-me no buraco da tua falta. Lembrei do teus lábios em minha testa e do teu cafuné em fim de noite, aquele olhar despreocupado que como quem não quer nada pousa em meus olhos e retorna com um ar preocupado.
E depois sorrir e ficar lá, como dois bobos, rindo de nada. 
Olhei para a janela e a lua estava cheia, o céu escuro e a tevê desligada. Parecia até um sinal, tudo conspirava ao teu favor pra perto de mim.
Ouvi passos no corredor, rolei na cama para olhar pela a fresta da porta. Uma luz acendeu e os passos continuaram. Não abri a porta, poderia ser só alguém passeando pelo corredor...
Fechei os olhos e na minha mente parecia que essa pessoa tinha encontrado onde queria ficar. Abri a porta de supetão, já feliz com a surpresa. Olhei para os lados, e o que vi foi um fio de cabelo a passar por uma brisa morna.
Seria surreal? Fechei a porta e fui para a cama novamente, entrei no buraco do corpo dela e fiquei ali, no aconchego, dos braços imaginários.

Cícero - tempo de pipa


Não sou muito fã dele, mas esses dias ando muito sensível. Enfim quem quiser se acabar na voz doce dele, ouça com prazer.

sábado, 5 de outubro de 2013

How hard can resist

A respiração é curta, os passos são rápidos e o caminho se torna turvo. A cada pedaço de chão que vejo faz com que eu siga mais rápido para longe de tudo. Não era fácil, nada é fácil. E tudo que se combine comigo se torna ainda mais confuso de entender, compreender e se tornar fácil. O significado de tudo que eu pensava só resultava em uma coisa: no difícil. O difícil era simplesmente o que fazia a minha vida, minhas escolhas eram difíceis, meus amores eram difíceis, e tudo que correspondia em algo que eu fizesse se tornava complicado de alguma maneira. Meu passos ecoavam na estrada e o meu coração afundava ainda mais no peito, parecia que ia me prender a qualquer minuto em qualquer passo a mais que desse. Minha cabeça só pensava em uma coisa: em como tornar as coisas mais fácies pra quem complicava tanto a vida?
Na verdade eu gostava dessas escolhas, a graça vinha geralmente delas. Muitos diziam: não é porque é difícil que você não consiga alcançar o que deseja. Estavam errados, nunca quando eu escolhia o caminho difícil eu conseguia o que desejava e por mais que eu relutasse, chorasse, esperneasse eu sempre escolhia o difícil e falhava de uma forma tola. Respirei fundo, pois o ar me escapava, o sol não estava mais posto no céu, e meus olhos encharcavam-se com o sentimento de fracasso. Mais uma vez, das centenas. Mas sabia eu que no outro dia, eu estaria inteira novamente, o coração curado, a dor se esvaído e tudo mais, e eu continuaria optando pela escolha difícil, como se quisesse dar um murro em ponta de faca. Eu sabia que podia escolher o fácil, mas a esperança de que um dia eu fosse conseguir fazer dar certo, sempre me tornava alguém novo. Olhei a escuridão, fechei os olhos sentindo a mesma, e percebi que meu coração voltava a se inflar, a respiração voltando ao normal e a angustia tinha passado. O sol já iria aparecer e a esperança trazendo tudo de volta, e talvez de noite tornaria a acontecer a frustração, ou talvez, talvez por um dia não. 

domingo, 28 de julho de 2013

Um pouco de Los Hermanos



Minha flor serviu pra que você
Achasse alguém
Um outro alguém que me tomou o seu amor
E eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Perdeu-se no tempo

               Se nunca me respondes, o que te traz aqui? Sinto teu cheiro inflamar minha cama quando penso em ti, e por mais que eu  lave os meus lençóis o cheiro de perfume e ingratidão continua lá. Agora vem na minha porta como quem não quer nada, pensando que vai chegar assim? De mansinho pedindo pra entrar na casa que pertencia a nós, a tudo que pertencia a nós. Perdeu-se no tempo dos desesperados o meu sentimento de moradia, de alegria e de contentamento. Você bateu os pés no tapete de "bem vindo" e empurrou a porta, olhei pra tua cara mal lavada e tua barba mal feita, parecia a mesma cara que saiu do meu apartamento há três meses. Abriu os lábios e citou sílabas e muitas delas formavam a palavra "desculpa". Chutei tuas palavras pra longe dos meus ouvidos, virei minhas costas e me tranquei no banheiro. A voz ainda passava pelas frestas da porta. 
              Merda! Por que essa volta? Eu tava até indo bem com meu trabalho, minhas contas e meus novos surtos de paixão pelo vizinho do andar de baixo. Olhei pro espelho e vi meu cabelo escabelado, o batom de ontem, borrado, ainda na minha boca. Limpei o rosto com água e respirei, resolvi escovar os dentes e pentear o cabelo. Olhei para mim e disse: É só um não, diga não. 
             Abri a porta, vi o rosto dele de assustado, seus olhos confusos sempre me atraíram e a boca estava vermelha por ele ter mordido de preocupação a minutos antes, conhecia aquela peça. Ele colocou suas mãos em minha cintura e descansou seus olhos nos meus. Suas palavras continuavam a ecoar no meu ouvido e eu sem saber o que entender. Ele acariciou a minha cintura, com minha blusa curta seus dedos tocaram minha pele, arrepiou meus pelos do corpo e isso me fez sorrir. Lembrei de quantos sorrisos já me fez com o mesmo movimento, me abraçou e deixou sua cabeça no meu pescoço. Senti sua respiração fazer cocegas e me fez sorrir de novo. 
             Que merda! Cadê o não que deveria dizer? Afastei-me e ele me olhou com atenção, me encostei na porta do banheiro, e tentei dizer o não. Disse N---------Ã---... Ele não aguentou a espera, bateu as mãos na parede e beijou-me como antes, lábios entrelaçados como antes, corpos colados como antes, mãos que apertavam a minha cintura como antes. 

domingo, 5 de maio de 2013

Hemisfério


Esquenta o coração refeito
Espero poder te tocar
O que havia entre nós dois foi
Tiroteio e espinho canção
Eu cederia aos teus pecados
Se acaso quisesse chorar
E eu escreveria os mesmos passos
Só me salvo com a arma na mão
Pesa mais que um hemisfério
É usar o teu vestido
Te trazer pra perto
Bordar as tuas iniciais
No cais dos meus braços

 Vanguart - Hemisfério

O que há?


Fui triturada por minhas entranhas
Massacrada pela dor tamanha
De que devo sacrificar a vida
Se ela me parece tão sofrida?

A cada um merece uma interpretação
Não vou ficar a esperar
Algo que não deve preocupação
Enxuguei minhas lagrimas em sal puro
Deixei gotejar cada dor
E meu amor morreu no obscuro.

Parti e prometi não voltar,
Supri almas e esqueci de amar,
mas irei de ser feliz em algum lugar.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Zeca, puro amor



Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau

No olho de quem vê

         Li um artigo hoje e refleti no que ele dizia, tinha nele que "a nossa verdade sempre foi manipulada". E isso intrigou-me, esse tempo todo o que pensamos, o que vivemos e o que acreditamos pode ser uma mentira, ou pode ser mudado. Claro, sempre será mudado, até porque começamos tudo por um mito. Somos fictícios?  Fica a duvida. Será que somos de mentira e isso é um enorme reality show no qual a gente vive, come e bebe, sendo observados o tempo todo por algum extra terreno? Duvidas e mais duvidas, sempre seremos manipulados de alguma forma, por mais que diga não, você acredita numa coisa que foi baseada em algo, sinal de que seu conceito não é seu, é do que você viu, ou seja, manipulado. Posso estar exagerando, mas se tentar pensar um pouco sobre isso, a maioria das nossas opiniões sempre foi baseado em outra coisa. Mas voltando pra realidade, o que a gente vive agora? O que eu vivo, paro todo dia pra pensar o que estou fazendo, o que me motiva, o que eu quero. Disseram-me pra buscar a felicidade e até agora está um breu em que eu procuro as cegas uma saída para a solidão. Minha vida deve ser uma verdadeira mentira, talvez. Quem sabe algum dia deixe de virar hipótese e se torne logo verdade, verdadeira. 

quarta-feira, 20 de março de 2013

Citações

- Cuidado, Marquesa! Mil sábios já tentaram explicar a vida e se estreparam. - disse Visconde.

- Pois eu não me estreparei. A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem para de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme e acorda, até que dorme e não acorda mais.(…) O Visconde ficou novamente pensativo, de olhos no teto. Emília riu-se. (…) A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama; pisca e anda; pisca e brinca;pisca e estuda; pisca e ama; pisca e cria filhos; pisca e geme os reumatismos; por fim pisca pela última vez e morre.

- E depois que morre? – perguntou o Visconde.

- Depois que morre vira hipótese. É ou não é? - respondeu Emília.


Sítio do Pica-Pau amarelo: Memórias da Emília: MONTEIRO LOBATO

Mini prévio atraso de noticias

                   Dobrei o papel e fechei a mão com ele dentro. Senti o calor que continha no verso, senti o peso do papel na minha mão. O que quer que tivesse ali teria de ser guardado o mais rápido possível  como iria esconder? Como iria me livrar da culpa de um papel mal dobrado com segredos mal contados? Opa.. Eu disse segredos? Não, não, está enganado, tinha nada ali o papel tava em branco, é em branco, nada escrito, nada lido, nada dito. Mentira! Sim.. Uma mentira, tinha algo ali. Mas quem quer saber? Quem queria ler um papel amassado e mal dobrado que se encontrava em minhas mãos sujas? Nem devo ao papel de guardar isso... Deixa ai jogado. Não! Não posso, é descaso demais com um segredo, droga, eu disse de novo...
                  Parei de andar com a minha cabeça rodando em pensamentos, olhei para os meus sapatos e os cadarços estavam ininhados, sorri pra mim mesmo e pensei: Que dia bom hein?! Dia ótimo para cair no chão da escadaria com esses cadarços. Refleti um pouco sobre cada um estava traçando e eles tinham um sentido, quando fiz aquele "troço" de nó, eu estava pensando em algo, algo que me completava. Que diabo de amor é esse que muda a gente? Que droga! Estava cansado daquilo, mas era difícil evitar... Esse nó todo é a demonstração perfeita da minha vida. Que é que eu tô fazendo aqui olhando pra esse cadarço mesmo? Ah... Ia caindo da escada, e sim o papel, ainda dobrado em minhas  mãos, olhei-o e parecia inofensivo. 
                 A loira de olhos verdes estava encostada na parede do corredor, fui em direção a ela e acenei com a mão do papel. Ela sorriu, a cara de abusada logo se mostrou. Eu gostava do modo que ela sorria, gostava do cabelo e do jeito dela, sorri de volta parando em sua frente, entreguei o papel e sai andando. Ela com certeza deve ter lido, e o que tinha escrito, ah é mesmo: Foda-se!

sábado, 16 de março de 2013

Retrato do futuro


            Alugamos um apartamento no centro da cidade, o velho edifício Oriente, perto do Armazém Guanabara, era tudo o que dava pra pagar com o nosso salário de universitário.
            Estava na cozinha fazendo o nosso café, ele chegou silenciosamente por trás e foi beijando o meu pescoço, passou a língua próximo a minha orelha. Puxou-me para perto, pude sentir a sua respiração quente na minha nuca. Com a boca na minha e as mãos nos meus ombros, ele foi puxando as alças da minha blusa, deixou que ela caísse no chão. As suas mãos desceram até o meu quadril me apertando fortemente. Não lembro onde coloquei a boca, mas a dele abocanhava o meu pescoço.
            Ainda em pé na cozinha, ele foi beijando minha barriga, descendo cada vez mais... os passos delicados da sua língua quente me fizeram gemer. Em um movimento rápido, fui colocada em cima da pia, puxou o meu cabelo com tanta força que soltei um ruído de dor. Os olhos doces eram um complemento para a feição selvagem que me puxava, lanhava, mordia, beijava e numa sede, que parecia não ter fim, chupava todo o meu corpo.
             Já estava tão colada no corpo dele que parecíamos um só, a pela branca fazia contraste radical com a minha. Devo ter cravado as unhas em suas costas quando ele abriu minhas pernas, se aproximou e fez com que os nossos quadris se movessem rapidamente e, assim, fui gemendo cada vez mais alto. Pude sentir a pia tremer com forte intensidade e depois de um gozo que ecoou pela casa, o vibrar da pia foi diminuindo, a mão passou a puxar o meu cabelo levemente, diminuindo, os seus olhos nos meus, diminuindo...
            Droga, o café queimou.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Video Games




Estou no vestido que ele gosta
Vou me despindo
Faça meu corpo pirar
Eu digo que você é o melhor
Chego perto para dar um grande beijo
Uso perfume que ele mais gosta

Vá jogar um video game

É você, é você, é tudo para você
Tudo o que faço, eu digo a você o tempo todo
O Céu é um lugar na Terra com você
Me diga tudo o que quer fazer
Ouvi dizer que você gosta de meninas más
Querido, isso é verdade?
É melhor do que eu imaginava
Eles dizem que o mundo foi feito para dois
Só vale a pena viver se alguém... está amando você
Baby, agora você é amado

Marcas

           Deixo marcas por onde vou, seja marcas de batom, seja marcas de sol. Eu sempre as deixo, em algo, em alguém ou em mim.
           É algo difícil de evitar, é algo que virou mania. Eu desejo deixar marcas em alguém, desejo ser lembrada em algum momento, na realidade. A vida se divide em várias coisas e a minha se revela em deixar as coisas marcadas.
           Lembrei da mordida que dei em alguém, lembrei do dia em que magoei alguém, lembrei do dia em que amei certo alguém. Tudo isso são marcas, marcas de um presente, ou passado e talvez dê em um futuro. É algo estranho, mas eu gosto, é como se a pessoa olhasse e vai saber que eu fiz aquilo. Mas não quero ser lembrada só por um beijo ou por uma tristeza, quero ser lembrada por uma marca especial, a marca de uma personalidade que admiram, a marca de alguém bom. Ou até mesmo a lembrança de alguém forte ou que sempre pode contar. Marcas são muito interessantes, mas podem vir com tristezas.
          Olhei para o relógio no meu pulso e vi arranhões em meu braço, sorri com a memoria de alguém e sai alegremente pelo corredor. Essas marcas... Essas marcas...

sábado, 2 de março de 2013

I'm Here

Resolvi postar um curta, é lindo e aposto que irão gostar *--*


Amarras

É uma vontade de viver, é um nó na garganta trancando minha voz. Não sei o que me move agora, sei que está difícil de se libertar de amarras e correr por ai livre. Me prenderam nesta gaiola e esperavam que eu vivesse, mas não vivo. A liberdade é um preço caro e só há de entender quem já foi preso. E preso todos estamos, numa carne frágil e nesse pensamento pesado de que devemos nascer, crescer, casar e morrer. A vida não é só isso, não é só achar alguém pra se casar e ter filhos, a gente se prende nesse foco e esquece de outras coisas. A vontade de viver é muito mais que isso, quando ficam velhos se acomodam a histórias e manias, esquecendo do importante, do sentido de suas vidas. Não quero me acomodar e ser uma velha que chora por não ter aproveitado nada do que sonhou. Eu tenho sonhos, sei que vocês também, agora pergunto-lhes... Por que ainda não fomos atrás deles? Por que estamos acomodados com nossas amarras e esquecemos de arranca-las de nossos pés e mãos? Eu quero muito mais que isso, quero tudo se puder. Cada gota de liberdade que vier, cansei de ser presa a uma gaiola posta de enfeite num lugar que não me pertence.
                                                                                                      Letícia B.

domingo, 24 de fevereiro de 2013



Eu a vejo atravessar o bar
Com a tristeza a lhe guiar
Desce a bebida mais forte
Que o dinheiro dá pra comprar
Como seguirá em frente,
Presa a essa dor?
Mais um gole pra garganta
Pra esquecer o que passou

Passou, como tudo passa
E algo em tudo o que passa fica
Passou porque tudo passa
Porque tudo se pacifica!
Scracho, Passa e fica.

Meu amor não fique assim 
há muito lá fora
Até mais do que a mim
Não existe mais o que te apavora
Se renderam a algum amor
Devia se render também
Essa dor agora
já não é mais de ninguém

Veja esse mundo 
Cada pedaço dele pertence a ti
Ele é mais bonito do que parece
e os dias não vão ser todos ruins
Há manhãs que te aquece
Não são todas frias 
e que entristecem.

Haverá paz de espirito em cada nome
Em letras, em musicas, em notas
Melodias idiotas
mas haverá paz 
Renda-se a esse mundo
Como eu me rendi
Como eu me vendi ao ar singelo das manhãs
                                                     Letícia B.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


"Se a gente já soubesse como vai ser a viagem
Antes mesmo de comprar nossa passagem
A gente já virava pro outro lado e dormia (tão só)
Se a gente entendesse que há um ciclo no amor
Começa pela cura, mas termina com a dor
A nossa cama pra sempre estaria vazia
Nem liga, guria
Se a minha voz acabar
Sei que tu já me sacou sem eu precisar falar
Nem liga, guria
Não vou poder te atender
Tô encontrando em minha vida um canto só pra você
Se a gente já soubesse como vai ser a viagem
Não perderia tanto tempo com bobagem
E o meu peito poderia muito bem ser a tua moradia
E finjo que acredito no que dizem sobre o amor
Eu finjo que é eterno, mas te peço, por favor
Esquece tudo e vem passar comigo essa madrugada tão fria."
6h34 - Visconde

Talk and talk


Tô cansada sabe, dessa vida monótona e de todos esses desesperos. Aquela vontade de te puxar pra conversar e mesmo sabendo que não vai prestar atenção. Mas olha pra mim, olha na minha cara e diz algo, abre um sorriso nessa minha cara pálida! Diz pelo menos que sentiu minha falta e que me quer por perto.
As pessoas são complicadas as vezes, algumas se complicam também.
Eu me sinto alguém que se complica, mas por horas existem situações complicadas.
Conversa comigo, olha pra mim, não olha pro lado. Eu tô aqui... Sempre estive aqui...
O meu eu briga consigo mesmo para não me pôr nessa situação, não ser a vitima, não ser a magoada da vez. Mas para mim não existe opção, já teve. Hoje são somente cinzas, um pó que não irá reviver a matéria queimada.
Outro ponto a ser visto é o fato das pessoas serem tão temporárias, tão mutáveis  Não gosto de ser assim, esses mil "eus" que correm por ai vagando por anos luz para chegar a qualquer instante em alguma fase minha. Eu sei que necessitamos ser uma "Metamorfose Ambulante" e que sem essas mudanças não amadureceríamos  mas falo de opiniões que mudam de instantes, de pessoas indecisas. Sou confusa, a velha frase de uma banda que eu gosto de ouvir "Eu nunca fui daqueles que fazem sentido". Sou uma confusão, meus textos não são organizados e muito menos o meu quarto. Nessa trajetória ao confronto de ideias aleatórias, é onde eu vivo!
Já disse pra me ouvir, quero falar. Mas quem disse que paredes respondem?
                                                                                                 Letícia B.