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domingo, 28 de julho de 2013

Um pouco de Los Hermanos



Minha flor serviu pra que você
Achasse alguém
Um outro alguém que me tomou o seu amor
E eu fiz de tudo pra você perceber
Que era eu...

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Perdeu-se no tempo

               Se nunca me respondes, o que te traz aqui? Sinto teu cheiro inflamar minha cama quando penso em ti, e por mais que eu  lave os meus lençóis o cheiro de perfume e ingratidão continua lá. Agora vem na minha porta como quem não quer nada, pensando que vai chegar assim? De mansinho pedindo pra entrar na casa que pertencia a nós, a tudo que pertencia a nós. Perdeu-se no tempo dos desesperados o meu sentimento de moradia, de alegria e de contentamento. Você bateu os pés no tapete de "bem vindo" e empurrou a porta, olhei pra tua cara mal lavada e tua barba mal feita, parecia a mesma cara que saiu do meu apartamento há três meses. Abriu os lábios e citou sílabas e muitas delas formavam a palavra "desculpa". Chutei tuas palavras pra longe dos meus ouvidos, virei minhas costas e me tranquei no banheiro. A voz ainda passava pelas frestas da porta. 
              Merda! Por que essa volta? Eu tava até indo bem com meu trabalho, minhas contas e meus novos surtos de paixão pelo vizinho do andar de baixo. Olhei pro espelho e vi meu cabelo escabelado, o batom de ontem, borrado, ainda na minha boca. Limpei o rosto com água e respirei, resolvi escovar os dentes e pentear o cabelo. Olhei para mim e disse: É só um não, diga não. 
             Abri a porta, vi o rosto dele de assustado, seus olhos confusos sempre me atraíram e a boca estava vermelha por ele ter mordido de preocupação a minutos antes, conhecia aquela peça. Ele colocou suas mãos em minha cintura e descansou seus olhos nos meus. Suas palavras continuavam a ecoar no meu ouvido e eu sem saber o que entender. Ele acariciou a minha cintura, com minha blusa curta seus dedos tocaram minha pele, arrepiou meus pelos do corpo e isso me fez sorrir. Lembrei de quantos sorrisos já me fez com o mesmo movimento, me abraçou e deixou sua cabeça no meu pescoço. Senti sua respiração fazer cocegas e me fez sorrir de novo. 
             Que merda! Cadê o não que deveria dizer? Afastei-me e ele me olhou com atenção, me encostei na porta do banheiro, e tentei dizer o não. Disse N---------Ã---... Ele não aguentou a espera, bateu as mãos na parede e beijou-me como antes, lábios entrelaçados como antes, corpos colados como antes, mãos que apertavam a minha cintura como antes.